À medida que novembro se desenrola, somos chamados a refletir, reconhecer e reafirmar a importância da Consciência Negra. Este mês não é apenas um marco no calendário; é um convite para ampliar a conscientização sobre a história, as lutas e a presença dos afrodescendentes na construção da sociedade.
A campanha da Consciência Negra é uma oportunidade para reafirmar o compromisso de combater o racismo, um mal enraizado que persiste de forma estrutural na sociedade brasileira.
Racismo estrutural
Dados alarmantes evidenciam essa realidade: o racismo estrutural se manifesta em inúmeras esferas da vida cotidiana, inclusive na área da saúde. Um exemplo preocupante é a disparidade na mortalidade materna, onde mães negras enfrentam um risco significativamente maior do que mães brancas.
De acordo com a Fiocruz, a taxa de mortalidade entre mães pretas em 2022 foi alarmante, atingindo o patamar de 100 a cada 100 mil nascimentos. Esse número contrasta com a taxa entre mães pardas, que foi de 50,36, e mães brancas, com 46,56. É inaceitável que, no século XXI, exista uma diferença tão profunda no acesso à saúde e na sobrevivência materna baseada na cor da pele.
Esses dados são um claro reflexo do racismo estrutural que permeia a sociedade brasileira. Mães negras enfrentam obstáculos adicionais no acesso a cuidados de saúde de qualidade, sendo vítimas de um sistema que perpetua desigualdades e preconceitos profundamente arraigados.
É preciso ser antirracista
É urgente agir para reverter esse quadro. Ações que visam a equidade na saúde, a valorização da cultura afro-brasileira, a promoção da igualdade de oportunidades e o combate ativo ao racismo são cruciais. É fundamental que cada um de nós se comprometa a ser parte da mudança, a lutar por uma sociedade onde a cor da pele não determine a qualidade de vida ou a chance de sobrevivência. Só assim poderemos caminhar verdadeiramente em direção a uma sociedade justa, inclusiva e igualitária para todos.