Nota do STIQFEPAR a respeito da Greve dos Caminhoneiros

As constantes altas no preço dos combustíveis são consequências da aplicação de uma agenda política ultraliberal e privatista, que tem como objetivo manter privilégios aos acionistas e demais operadores do mercado financeiro. Os companheiros caminhoneiros são os primeiros a sentir os impactos dessas medidas do atual governo e passam a demonstrar isso reivindicando melhores condições de trabalho.

 

De fato, os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, não devem aceitar a condução de uma agenda política que não favorece o crescimento do nosso Produto Interno Bruto (PIB) e que, ainda, aumenta nossa dependência junto ao capital especulativo.

 

A grande mídia trata a questão do aumento como se a solução viesse com o fim do controle do Estado e, por consequência, a privatização da Petrobrás. Em 2015, insuflados pela direita, os caminhoneiros também foram às ruas para pedir o impeachment da presidenta eleita. Agora voltam às ruas para pedir a redução a zero dos impostos que incidem sobre o diesel.

 

Desde que Temer assumiu o poder, apoiado pelo presidente da Petrobrás Pedro Parente, implantou uma “nova política de preços”, divulgada pela grande mídia como uma mudança positiva que prometia paridade com os preços internacionais e a redução do impacto da Lava Jato. Mas, na realidade, segue a cartilha do governo Fernando Henrique Cardoso, quando Parente ocupava a pasta do Planejamento e era conhecido como o “ministro do apagão” e os derivados de petróleo subiram 350%.

 

Durante os governos Lula e Dilma o aumento de derivados foi de 45%. Agora, com Temer e Parente, o País retrocede ao período de FHC: desde julho de 2017 o preço dos combustíveis já elevou em mais de 50%.

 

Fica evidente que a política de preços de Temer visa o processo de privatização da Petrobrás, cuja receita entre 2015 e 2016, caiu R$ 45 bilhões, sendo que 80% dessa queda é atribuída à importação feita por cartéis internacionais do petróleo. A venda de ativos da Estatal, além de reservas do pré-sal combinada com a mudança da lei do petróleo (que retirou a exclusividade da Petrobrás de explorar o pré-sal, eliminando uma grande fonte para financiar o desenvolvimento brasileiro), desemboca na atual liberalização dos preços de combustíveis e integra o pacote para atrair empresas estrangeiras para venda de refinarias no Brasil.

 

Acreditamos que uma mudança na atual política de preços, com a redução dos valores no mercado interno pode até causar uma melhora do desempenho corporativo, fazendo com que a Petrobrás possa recuperar o mercado entregue aos concorrentes. Desta forma, o STIQFEPAR reitera o apoio à GREVE dos caminhoneiros, sem ataques a Petrobrás e sem pedidos absurdos de intervenção militar.

Assessoria de Imprensa STIQFEPAR
Curitiba, 25/05/2018